Smiles perde R$ 2,5 bilhões de valor de mercado após anúncio da Gol

Os investidores reagem negativamente à decisão da controladora Gol de não vai renovar o acordo de parceria com a Smiles, que vence em 2032, juntamente com o plano de reorganização societária para absorver as operações de fidelização. Os papéis da Gol tiveram alta de 5,32%, a R$ 14,26.

A Gol disse que decidiu fazer a reestruturação societária para “assegurar a competitividade de longo prazo do grupo”. Segundo a empresa aérea, a concorrência nos mercados de transporte aéreo e de fidelidade “tornou-se mais desafiadora nos últimos anos”.

Em teleconferência com analistas, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, rebateu questionamentos sobre a propriedade de anunciar o plano de reorganização societária juntamente com o aviso de intenção de não renovar o acordo com a Smiles. “Fomos transparentes de anunciar a decisão com bastante antecedência”, disse.

O executivo destacou que o processo vai passar pelo crivo de um comitê independente, a ser criado, para determinar as condições de troca propostos aos acionistas da Smiles na operação.

A incorporação da Smiles na Gol resultará na extinção da Smiles, com a sucessão pela Gol em todo o patrimônio da Smiles e na migração da base acionária da Smiles para a Gol.

Os acionistas da Smiles receberão uma combinação de ações PN da Gol e ações PN Resgatáveis Gol por uma relação de substituição e em termos a serem negociados entre a administração da Gol e o comitê independente da Smiles.

Os acionistas da Smiles e os acionistas da Gol titulares das atuais ações preferenciais poderão fazer jus ao direito de recesso, pelo respectivo valor patrimonial.

A dona da companhia aérea disse que se for o caso será garantido o direito de retirada aos acionistas dissidentes da Smiles com base nesse laudo, disse a Gol.

Kakinoff disse que a controladora vai votar nas assembleias que decidirão sobre o processo.

Investigação

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM ) irá investigar a reestruturação societária anunciada pela Gol. A processo administrativo teve origem na supervisão baseada em risco.

 O regulador deve solicitar à Gol informações adicionais para aprofundar o assunto. Existem incertezas, sobretudo dos minoritários, sobre a decisão da Gol de não renovar o contrato.