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SP inicia inscrição de voluntários para testes em humanos de vacina contra Covid-19

Serão selecionados 9 mil profissionais de saúde voluntários que atuam na linha de frente da pandemia em 6 estados
Última fase dos testes da vacina contra Covid-19 no Reino Unido recrutou mais de 10 mil voluntários Foto: Arquivo pessoal
Última fase dos testes da vacina contra Covid-19 no Reino Unido recrutou mais de 10 mil voluntários Foto: Arquivo pessoal

SÃO PAULO — O presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, anunciou nesta segunda uma nova fase de testes para produção da vacina contra o coronavírus em São Paulo. Agora, os pesquisadores buscam profissionais de saúde na linha de frente da pandemia para serem voluntários no estudo clínico.

O projeto foi aprovado na última semana pelo Conselho Nacional de Ética e Pesquisa e os 12 centros participantes já tiveram os protocolos clínicos aprovados.

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Serão selecionados 9 mil voluntários para testes em 6 estados: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Os candidatos podem se inscrever online na plataforma de triagem. Devem ser maiores de 18 anos, possuírem registro de profissionais da saúde (nos respectivos Conselhos Profissionais, como Conselho de Medicina ou Fisioterapia) e trabalhar em serviço de atendimento com atuação direta com pacientes de COVID-19. Devem, portanto, serem exclusivamente profissionais da saúde na linha de frente do combate à pandemia.

Os voluntários também não podem ter doença associada, fazer terapia crônica ou estarem grávidas. Também é essencial que não tenham sido diagnosticados com covid-19 antes, porque já estariam imunizados, e não participar de nenhum outro estudo.

Os candidatos a participação não terão nomes divulgados e serão incluídos no estudo de forma sigilosa.

Após o cadastro, os participantes deverão procurar os centros de pesquisa envolvidos no estudo, como o Centro de Pesquisas Clínicas da Universidade de São Paulo ou o Instituto de Ensino e Pesquisa do Albert Einstein. Lá, a candidatura será analisada.

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Covas mencionou também a parceria estabelecida com o laboratório chinês Sinovac Biotech para a produção da vacina. A china possui hoje cinco vacinas em fase 2 ou 3 de testes, o maior número de estudos clínicos em fases avançadas para produção de vacina. O Reino Unido e EUA, por sua vez, tem duas vacinas em testes.

—  Isso mostra a importância da nossa parceria com a China e mostrar a relevância dessa parceria e afirmar eu particularmente sou muito esperançoso de que teremos essa vacina muito rapidamente, até o final desse ano — disse em entrevista coletiva.

A expectativa é de que, caso a vacina seja bem-sucedida , sua disponibilização ocorra a partir de meados de 2021. As duas primeiras fases incluíram testes em animais e humanos e foram bem sucedidas.

Segundo Covas, o governo já tem reservada 60 milhões de doses da vacinas caso sua eficácia seja comprovada pelos estudos que estão sendo realizados no país e em outros países. As doses serão entregues ao Ministério da Saúde, que determinará como será sua distribuição.

Além da vacina da Sinovac, também está sendo testada no Brasil uma potencial vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a mais avançada até o momento .