O senador mineiro Carlos Viana (PSD) confirmou por meio de um post em uma rede social, neste sábado (29), que Belo Horizonte receberá cerca de R$ 1 bilhão para o financiamento da Linha 2 do metrô, Calafate/Barreiro. O prefeito Alexandre Kalil (PSD) comemorou, também por meio da rede, e disse que vai aguardar a verba.
O valor já havia sido anunciado há mais de uma ano pelo Ministério de Infraestrutura, mas não havia confirmação de que seria destinado ao metrô da capital mineira. O dinheiro é proveniente de indenizações recebidas pelo governo federal da Ferrovia Centro Atlântica (FCA).
Em um vídeo postado pelo senador, ele afirma que, para o valor ser repassado, ainda falta um aval da Justiça.
Promessas da linha 2 do metrô não saem do papel, apesar do alto investimento
Há pelo menos 20 anos existe a expectativa pela conclusão da linha 2, prevista para ligar o bairro Calafate à região do Barreiro. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), entre 1998 e 2004, foram executadas obras de infraestrutura do trecho, como terraplenagem, drenagem e contenções. Mas, desde então, não houve mais investimentos do governo federal e pelo menos 36% das obras de infraestrutura do traçado da linha 2 do metrô precisam ser concluídas.
Após este período, investimentos foram anunciados pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para mobilidade na capital mineira por duas vezes. A promessa era ampliar a linha 1 até o Novo Eldorado e criar as linhas 2, 3 e 4. A linha 3 pretende ligar a Savassi à Estação da Lagoinha e a 4 prevê ligação entre o Novo Eldorado, em Contagem, e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em 2012, o projeto de ampliação do metrô de BH tinha sido selecionado para receber R$ 1 bilhão do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 750 milhões do FGTS no âmbito do PAC Mobilidade Grandes Cidades. Dois anos mais tarde, foram selecionadas pelo Governo Federal duas propostas para a elaboração de projetos do metrô de BH, que deveriam ser complementares aos anunciados em 2011.
Do OGU, só foram liberados R$ 46,5 milhões para a elaboração de estudos. Segundo a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Seinfra), com este valor foram concluídos os serviços de geotecnia e de topografia para elaboração e desenvolvimento dos projetos do metrô, além dos projetos básicos para as Linhas 1 e 2 e dos estudos e projetos da Linha 3. Estão em fase de conclusão as consultorias técnicas para elaboração dos projetos para a Linha 4.
Mas, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, por falta de entrega dos projeto executivos por parte do governo do estado, o restante do primeiro repasse e a totalidade do segundo foram cancelados. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade confirmou que não recebeu os valores, mas não explicou o motivo.
Obras devem começar em 2022
Em julho desse ano, o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos da Presidência da República deu aval para que estudos sobre a viabilidade da ampliação por meio de parcerias com a iniciativa privada sejam realizados.
A previsão é que os estudos sejam concluídos no 1º trimestre de 2021 e o leilão da empresa que vai fazer a obra seja feito só no 3º trimestre do mesmo ano.
Segundo o Ministério da Economia, devido a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o Governo de Minas pediu apoio e aval do Governo Federal para viabilizar o projeto. A avaliação da União foi que a expansão do metrô é importante para a mobilidade da cidade.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficará responsável por fazer os estudos de viabilidade da obra e pelas alternativas de parcerias com a iniciativa privada.
De acordo com o BNDES, o banco é responsável pela estruturação da linha 1 do metrô da capital, que hoje é operada pela CBTU, e já está trabalhando nos estudos para ampliação da linha 2, conforme aprovado na resolução.