Por G1, O Globo, TV Globo e GloboNews


Os candidatos à Prefeitura de São Paulo deram continuidade à campanha eleitoral na cidade nesta segunda semana após o registro oficial das candidaturas.

Eles participaram de agendas de eventos, postaram em redes sociais e fizeram chats e lives.

A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações dadas durante a semana pelos quatro candidatos que aparecem numericamente à frente nas pesquisas Ibope e Datafolha. A ordem segue a das pesquisas. Leia:

Celso Russomanno (Republicanos)

“Vocês lembram que, no começo da pandemia, o ovo ficou com um preço absurdo? Nós fomos para cima dos produtores de ovos, e eles baixaram o preço. E assim, sucessivamente, com arroz, com feijão... A gente parou, subiu de novo” (no Facebook, em 5/10)

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Em abril deste ano, segundo mês da pandemia do novo coronavírus, o preço dos ovos atingiu o maior patamar real da série histórica iniciada em 2013 pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/USP). O principal motivo para a disparada do preço foi o aumento da demanda pelo produto e a queda na oferta, já que o número de pedidos superou, naquela época, a produção das granjas. Cálculo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) apontou que contribuiu também para a alta das cotações o aumento do consumo desse item no período da quaresma.

Passados dois meses, em junho, uma queda na demanda fez cair o preço dos ovos, de acordo com Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP.

Ou seja, diferentemente do declarado pelo candidato Celso Russomanno, essa variação no preço dos alimentos não decorreu da pressão exercida por grupos de defesa dos direitos do consumidor.

Em setembro deste ano, durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou a alta dos preços de produtos durante a pandemia da Covid-19, como ovos e arroz. Ele afirmou que não houve intervenção do governo federal na adoção dos preços desses itens. “Aumentou o preço do ovo também, né? Mas, pô, é lei da oferta e da procura. É igual o arroz, a partir do final de dezembro começa uma colheita grande de arroz, daí normaliza o preço. Eu não posso é começar a interferir no mercado. Se interferir, o material some da prateleira, daí fica pior”, disse.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também diz que não houve pressão de grupos de defesa dos direitos do consumidor ou qualquer outra entidade sobre o setor de avicultura que possa ter influenciado os preços dos ovos durante a pandemia. A ABPA é quem representa, nacionalmente, os setores avicultura e suinocultura.

Por meio de nota, a ABPA informa: “O produtor de ovo vem sofrendo com o forte aumento dos custos de produção, essencialmente em relação ao milho e ao farelo de soja. Há registro de altas superiores a 60% nos preços dos insumos, em diversas praças, que se somam aos investimentos demandados para manter a oferta de alimentos na pandemia, de maneira segura”.

“Você tem hoje 2,6 milhões de pessoas só na capital de São Paulo vivendo do auxílio emergencial” (no Youtube, em 7/10)

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: O número é mais alto que o informado pelo candidato. São Paulo tem 3,5 milhões de pessoas no auxílio emergencial de acordo com o Ministério da Cidadania. Os dados podem ser consultados no portal.

“Sabe por que foi impedida a distribuição [de tablets para alunos da rede municipal de SP] pelo Tribunal de Contas? Porque não tinha internet. E eles [Prefeitura de São Paulo] não explicaram, primeiro, como iriam fazer a distribuição. E, depois, como a empresa de distribuição faria. E como as crianças iriam acessar, achando que crianças de famílias de baixa renda têm internet em casa” (no Youtube, em 7/10)

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: O Tribunal de Contas do Município de São Paulo não levou em conta a falta de acesso à internet quando decidiu suspender, no dia 25 de setembro, a licitação da prefeitura para a compra de 465 mil tablets a serem distribuídos pela rede municipal de ensino para auxiliar os alunos na educação a distância. A conectividade dos equipamentos não é citada em nenhuma das 19 irregularidades descritas pelo Relatório Preliminar de Acompanhamento de Edital, documento elaborado pelo TCM que fundamentou a decisão do tribunal.

Entre as irregularidades do edital apontadas pelo TCM, estão, por exemplo, o fato de não ter sido identificado “nenhum documento hábil a embasar o número de alunos que receberão os equipamentos” e também a não previsão, pelo Plano Diretor Setorial de Tecnologia da Informação e Comunicação, da Secretaria Municipal da Educação, da aquisição desses tablets.

A maioria das irregularidades apontadas pelo TCM se refere a características tecnológicas e à funcionalidade dos tablets. O tribunal aguarda ajustes no edital por parte da prefeitura para decidir se a licitação deve prosseguir ou não.

Essa declaração, dada também durante o debate da Band, já foi checada pelo Fato ou Fake.

“Você sabe qual que é o bairro mais adensado da cidade de São Paulo? Estima-se que fosse Jardins ou Moema. Não. É Sapopemba. É um adensamento horizontal, a maior quantidade de pessoas estão naquela região. Por quê? As casas foram construídas sem critério nenhum. Infelizmente, por falta de opção” (em entrevista ao Jornal da Gazeta, em 8/10)

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Sapopemba é o quinto distrito de maior densidade demográfica, medida pela quantidade de habitantes por quilômetro quadrado, e não o “bairro mais adensado” da capital paulista, conforme declarado pelo candidato Celso Russomanno (Republicanos) em entrevista para a TV Gazeta. De acordo com a Secretaria Municipal das Subprefeituras, Sapopemba, na Zona Leste, possui 21.076 habitantes por quilômetro quadrado.

De acordo com o órgão, o distrito paulistano mais adensado, dentre os 96 existentes na cidade, é Bela Vista, na região central, com 26.715 habitantes por quilômetro quadrado. Outros dois bairros centrais possuem densidade demográfica maior do que Sapopemba: República (24.774 habitantes por quilômetro quadrado) e Santa Cecília (21.466 habitantes por quilômetro quadrado). O distrito de Cidade Ademar, na Zona Sul, também é mais adensado do que Sapopemba, com 22.223 habitantes por quilômetro quadrado.

Dentre as 32 subprefeituras da cidade, Sapopemba, a de menor área de toda a cidade, com 13,5 km quadrados, e a única administração regional formada por um único distrito, possui a maior densidade demográfica da cidade. Moema e Jardins, citados por Russomanno na entrevista para a Gazeta, são bairros, conforme ele próprio mencionou, e não subprefeituras. Moema fica na área administrada pela Subprefeitura da Vila Mariana, na Zona Sul, e o Jardim Paulista, distrito popularmente conhecido como Jardins, faz parte da Subprefeitura de Pinheiros, na Zona Oeste.

Bruno Covas (PSDB)

“A ideia é garantir que os oito hospitais que foram inaugurados neste ano sejam mantidos e ampliados na próxima gestão. Hospital Municipal de Parelheiros, Hospital Municipal da Guarapiranga, Hospital Municipal de Santo Amaro, Hospital Municipal da Capela do Socorro, Hospital Municipal da Brigadeiro Luís Antônio, Hospital Municipal Bela Vista/Santa Dulce dos Pobres, Hospital Municipal da Brigadeiro Luís Antônio, Hospital Municipal Sorocabana, Hospital Municipal da Brasilândia. Serão mantidos e ampliados na nossa gestão. Além disso, já estamos ampliando a quantidade de UPAs na cidade de são Paulo. Eram 4 UPAs quando assumimos a gestão. Já inauguramos mais 10, são 14” (em agenda de campanha, em 6/10)

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Diferentemente do declarado por Bruno Covas (PSDB), o hospital de Parelheiros não foi inaugurado neste ano, mas sim, ainda que parcialmente, no dia 29 de março de 2018, por João Doria (PSDB), nove dias antes de ele renunciar ao cargo para se candidatar ao governo estadual. O que houve em 2020 foi a abertura de 299 novos leitos nesse hospital, inicialmente para atender exclusivamente pacientes infectados pela Covid-19.

Outro hospital citado por Covas como inaugurado este ano, o Sorocabana, reabriu em março 33 de seus mais de 200 leitos fechados em outubro de 2010 em razão de uma longa crise financeira. Em agosto, o número de leitos em funcionamento no local subiu para 55, segundo a atual gestão.

Todavia, o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) não é novidade no hospital. Em agosto de 2012, por exemplo, o então prefeito Gilberto Kassab (PSD) inaugurou uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Especialidades dentro da área do Sorocabana. Em janeiro de 2014, Fernando Haddad (PT) inaugurou uma unidade da Rede Hora Certa, local apto a realizar exames e até 200 cirurgias a cada mês.

Já o hospital da Brasilândia, também citado por Covas, foi inaugurado em maio deste ano com apenas 11,8% de seus leitos operando (36 de 305 previstos), após quatro anos de atraso. A abertura da unidade foi prometida pelo ex-prefeito Fernando Haddad para 2016.

Quanto às Unidades de Pronto Atendimento, a gestão Covas, na verdade, inaugurou 7 das 14 que existem atualmente em funcionamento em toda a capital paulista. Uma delas, a UPA Jaçanã, aberta em fevereiro deste ano, é administrada pela Organização Social de Saúde (OSS) Iabas, investigada pela Operação Lava Jato do Rio de Janeiro por suspeita de fraudes na administração de hospitais de campanha para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Do total, 3 das UPAs da cidade de São Paulo foram inauguradas pela gestão do petista Fernando Haddad (2013-2016) e 4 foram abertas pelo prefeito João Doria.

“Nessa gestão, nós estamos batendo recorde de unidades habitacionais entregues: serão no total 25 mil unidades entregues” (em agenda de campanha, em 5/10)

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Mesmo que a promessa de Bruno Covas (PSDB) se concretize, ou seja, ocorra a entrega de 25 mil unidades habitacionais até dezembro deste ano, o número é inferior às quantidades de unidades produzidas por outras duas gestões. Foram elas: Reynaldo de Barros, prefeito indicado pelo então governador Paulo Maluf (ambos da Arena), que entregou 32.772 unidades entre 1979 e 1982; e Luiza Erundina, com 27.399 unidades entregues entre 1989 e 1992.

Os números fazem parte de um levantamento com dados da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo, que constam de uma dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) em 2007, disponível no banco de teses e dissertações da USP.

Além disso, o livro “Governo Gestão Erundina: cronologia de quatro anos de administração do PT na cidade de São Paulo”, do jornalista Ivo Patarra, ex-assessor de Erundina, cita que a gestão entregou quase 30 mil unidades habitacionais entre 1989 e 1992, de acordo com o “Relatório de Gestão: 1989-1992”, documento elaborado pela Cohab.

“Nesta gestão nós conseguimos renovar mais de 40% da frota de ônibus da cidade, com 5.700 novos veículos” (no Twitter, em 4/10)

— Foto: G1

A declaração é #FATO. Veja o porquê: De janeiro de 2017, início da gestão João Doria (PSDB), antecessor de Bruno Covas que renunciou no meio do mandato para candidatar-se ao governo estadual, até o momento, 5.862 dos 14.021 ônibus coletivos municipais foram substituídos por modelos novos, de acordo com a empresa municipal que gerencia o sistema (SPTrans). De fato, portanto, 41,8% da frota cadastrada é nova.

De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, ao longo desse período, a idade média da frota variou de acordo com o tipo de ônibus: nas chamadas linhas estruturais, que transportam passageiros entre os terminais e a região central, utilizando grandes corredores, houve uma queda de 6 anos para 4 anos e 8 meses.

Em 2017, no chamado subsistema local, a idade média era de 5 anos. Em agosto de 2020, dado mais atualizado disponível, esse número variou entre 4 anos e 8 meses e 5 anos e 4 meses. Ou seja, a idade média se mantém em um patamar parecido.

Por se tratar de médias, caso a prefeitura não tivesse renovado parte expressiva da frota, esses números teriam subido ao longo dos últimos anos. Isso não quer dizer, porém, que, em anos anteriores, a frota não tenha registrado indicadores até melhores. Em 2013, por exemplo, a idade média dos ônibus menores, das linhas do subsistema local, era de 3 anos e 10 meses, a mais baixa da série histórica disponibilizada pela Secretaria de Mobilidade e Transportes.

"Um terço dos deslocamentos na cidade de São Paulo são feitos a pé” (em agenda de campanha, em 7/10)

— Foto: G1

A declaração é #FATO. Veja o porquê: De acordo com a pesquisa “Viver em São Paulo”, feita pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência, em setembro de 2019, cerca de um terço dos deslocamentos com mais de 500 metros na cidade de São Paulo é feito exclusivamente a pé. Outra pesquisa da entidade, divulgada em 6 de agosto deste ano, mostra que, quando questionados sobre as medidas implementadas para se proteger na pandemia, além do uso de máscara e álcool gel, 32% dos paulistanos respondem que apostam no deslocamento a pé.

Guilherme Boulos (PSOL)

“Somos a segunda cidade do mundo onde mais gente morreu de coronavírus” (em agenda de campanha, em 6/10)

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: A cidade de São Paulo não é a segunda do mundo com mais mortes provocadas pela Covid-19. Depois de Nova York, que lidera a lista com 19.220 mortes confirmadas e outras 4.646 suspeitas, está a Cidade do México, que já teve 13.663 mortes por Covid-19. Até esta terça-feira (6), data em que Guilherme Boulos fez sua afirmação, a capital paulista tinha registrado 12.916 mortes causadas pela doença. Ou seja, um dado inferior às outras cidades.

“O caixa da cidade de SP é de R$ 17 bilhões que estão parados, no meio de uma pandemia. Isso daria pra garantir uma renda solidária por 5 anos” (no Twitter, em 6/10)

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Os R$ 17 bilhões “parados” citados pelo candidato correspondem ao saldo do chamado “Caixa e Equivalentes de Caixa”, que representa todos os valores disponíveis nas diferentes contas bancárias do Tesouro Municipal. Esse valor, no entanto, está desatualizado. Segundo a prefeitura, há hoje R$ 18,4 bilhões nessas contas. Esse valor representa o total à disposição da administração municipal para realizar todos os gastos da prefeitura.

Cerca de R$ 8 bilhões desse total, no entanto, são recursos vinculados, ou seja, têm destinação determinada por lei, de acordo com o Tribunal de Contas do Município de São Paulo. É a chamada “verba carimbada”, o que impede a sua utilização em um programa de transferência de renda, como prega o candidato do PSOL.

No trecho em que detalha esses valores, o próprio documento em que o candidato se baseia ressalta o seguinte: “É importante frisar que parte desses recursos possuem destinação legal determinada (recursos vinculados), não podendo ser utilizados para outras finalidades que não aquelas especificadas em lei, como, por exemplo, recursos oriundos de operações urbanas que só podem ser gastos em regiões pré-definidas ou recursos de depósitos judiciais convertidos em receita, cujo uso é restrito ao determinado por lei complementar”.

A Prefeitura de São Paulo reforça que “os recursos em caixa estão, grosso modo, comprometidos com despesas regulares dos próximos meses e também com os gastos extras decorrentes dos efeitos da pandemia”.

“No final do ano, a expectativa é que haja um déficit orçamentário (receitas arrecadadas menos despesas compromissadas) de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, financiados com o superávit acumulado ao longo dos últimos anos. Desta forma, os recursos na conta do município não estão livres para que o gestor faça o que quiser, mas, sim, para arcar com compromissos previamente assumidos, dentro do planejamento realizado pela gestão. Na responsabilidade fiscal do município, também permanecerão em caixa recursos a serem utilizados para pagamentos de curto prazo no início do próximo ano. Vale lembrar que todos os gastos a serem feitos pela prefeitura precisam de planejamento e previsão orçamentária, aprovada por lei.”

“São Paulo é a capital do desemprego. São quase 1 milhão de desempregados só na cidade de São Paulo” (em entrevista ao IG, em 7/10)

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Onze capitais, além de Brasília (DF), possuem taxas de desempregados maiores que a registrada pela capital paulista, de acordo com os dados do mercado de trabalho do IBGE referentes ao primeiro trimestre de 2020, levantamento mais atualizado disponível.

A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD) mostra São Paulo com uma taxa de desocupação de 13,2%, índice superior à média nacional (12,2%). As três capitais com taxas de desemprego mais altas são Manaus (AM), com 18,5%, Salvador (BA), com 17,5% e Macapá (AP), com 17,3%. É incorreto classificar, portanto, São Paulo como a capital do desemprego.

É fato, porém, a existência de “quase 1 milhão de desempregados” na capital paulista. De acordo com a PNAD, havia 937 mil desocupados na cidade no primeiro trimestre deste ano. Já levantamento da Fundação Seade, centro de estudos vinculado à Secretaria de Governo do Estado de São Paulo, com números relativos ao segundo trimestre deste ano, aponta 974 mil pessoas nesta situação em São Paulo.

Durante o debate da Band, Boulos fez afirmação semelhante. Na ocasião, porém, ele disse que São Paulo possuía mais de 3 milhões de desempregados. A declaração foi checada pelo Fato ou Fake e considerada #FAKE.

"A fila da creche aqui na região é uma das mais altas da cidade nesta região Sul" (em agenda de campanha, em 7/10)

— Foto: G1

A declaração é #FATO. Veja o porquê: Seis dos dez distritos da capital paulista com mais crianças na fila da creche ficam na Zona Sul. Um deles é o Capão Redondo, bairro visitado por Guilherme Boulos quando o candidato do PSOL deu a declaração, que, por sua vez, possui a sexta maior fila da região Sul.

De acordo com balanço atualizado em junho pela Secretaria Municipal da Educação (SME), dado mais atualizado disponível, esses seis distritos da Zona Sul (além de Capão Redondo, Grajáu, Cidade Ademar, Jardim Ângela, Jardim São Luís e Pedreira) tinham, juntos, 6.306 aguardando a abertura de vagas em creches da prefeitura. Esse número representa 28% de toda a fila, formada por 22.732 crianças de 0 a 3 anos e 11 meses cadastradas. A cidade de São Paulo possui 96 distritos. Toda a Zona Sul, formada por 25 distritos, possui 10.023 crianças fora da creche, o que representa 44% de toda a fila municipal.

Márcio França (PSB)

“Veja os que mais cresceram entre as duas rodadas da pesquisa Ibope: Márcio França cresceu 16% e lidera o crescimento com Bruno que também cresceu 16%. Russomanno cresceu 8% e Boulos está estagnado no mesmo percentual” (no Twitter, em 3/10)

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: O crescimento de uma pesquisa para outra se dá em pontos percentuais e precisa levar em conta a margem de erro. Ou seja, o cálculo feito pelo candidato não faz sentido. Em primeiro lugar, nenhum dos candidatos obteve um crescimento entre uma pesquisa e outra. Todos oscilaram dentro da margem de erro. Isso quer dizer que o próprio França, que aparece com 6% na pesquisa de 20 de setembro, podia ter entre 3% e 9%. Já na última pesquisa, em que aparece com 7%, ele podia ter entre 4% e 10%. Não é possível fazer tal afirmação, portanto. O candidato, na verdade, oscilou positivamente um ponto percentual. Já Russomanno oscilou dois pra cima e Covas, três.

“Quase 30 mil [pessoas morando] na rua em São Paulo” (em entrevista para a TV Gazeta, em 07/10)

— Foto: G1

A declaração é #FATO. Veja o porquê: Um Censo realizado em 2019 pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo (SMADS) aponta a existência de 24.344 moradores de rua em São Paulo. Esse número é 53% maior que o registrado em levantamento feito em 2015, quando 15.905 pessoas foram identificadas vivendo nesta situação em toda a cidade.

“São mais de 7.000 prédios vazios em SP” (em entrevista para a TV Gazeta, em 7/10)

Selo #FAKE — Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Diferentemente do declarado pelo candidato Márcio França (PSB), o Cadastro da Função Social da Propriedade do Município de São Paulo contém “2.824 imóveis com indícios de ociosidades em toda a cidade”. É o que aponta levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano com números atualizados em setembro deste ano.

Além disso, de acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, o total de imóveis realmente vazios cadastrados ainda precisa “ser confirmado por meio de uma série de análises”. Até setembro, 1.949 foram considerados ao menos parcialmente inutilizados pelo órgão, o que caracteriza o descumprimento da função social da propriedade prevista pela Constituição Federal.

Em situações como essa, o proprietário que se nega a adequar o imóvel às regras previstas pelo Plano Diretor pode sofrer uma série de sanções estabelecidas em lei, como o Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios (PEUC) ou o IPTU progressivo.

“Para melhorar a qualidade da educação em São Paulo, tem que começar melhorando as condições dos profissionais da educação. Hoje, o salário em São Paulo é menor do que do Maranhão" (em entrevista para o SP1, em 9/10)

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 2017 aponta que os professores de apenas 1 rede municipal de ensino maranhense, de um total de 122 com dados analisados, recebiam um salário superior ao pago pela rede municipal de ensino da capital paulista. O levantamento do órgão do Ministério da Educação (MEC) leva em conta a remuneração média padronizada para para docentes com contratos de 40 horas semanais.

De acordo com esse estudo, a remuneração média padronizada dos professores paulistanos é R$ 5.074,96, enquanto a dos docentes contratados pela Prefeitura de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, é R$ 6.568,92. O segundo maior salário é o de Balsas, cidade com cerca de 95 mil habitantes e localizada a aproximadamente 590 km de São Luís. Lá, um professor da rede municipal recebe, em média, R$ 4.646,45, remuneração inferior à média dos vencimentos da carreira na capital paulista. Portanto, levando-se em conta a remuneração padronizada média calculada pelo Inep paga às redes municipais, não é fato que “o salário em São Paulo é menor do que do Maranhão”, conforme declaração de Márcio França ao SP1.

Já os salários pagos atualmente a professores com contrato de 40 horas de aula semanais da rede estadual do Maranhão são, de fato, altos em comparação com os demais estados: passam dos R$ 6.000. Todavia, a remuneração varia bastante e depende da carga horária e do tempo de carreira. Há, por exemplo, professores com contrato de 20 horas/aula semanais que recebem cerca de R$ 1.400 e até docentes com contrato 40 horas/aula semanais que ganham R$ 2.800.

A Prefeitura de São Paulo informa, em nota, que o salário médio dos professores da rede municipal, em 2020, é de R$ 4.111,53 para Jornada Básica do Docente (30h/aula) e de R$ 5.482,26 para Jornada Especial Integral de Formação (40h/aula) e Professor de Educação Infantil (30h).

Um outro estudo com base em remunerações médias padronizadas de professores de redes públicas de ensino (não apenas as municipais) de nível superior completo de todo o país, feito por meio de uma parceria entre o Instituto Ayrton Senna e o Insper, aponta o Maranhão como a oitava unidade da federação (estados e Distrito Federal) com salários mais altos, à frente de São Paulo, que ocupa a 14ª posição.

Fato ou Fake — Foto: G1

Veja também

Mais lidas

Mais da editoria

A Meta, que pertence a Zuckerberg e é dona do Facebook e do Instagram, esclarece que a imagem com a barba não é real. Vídeo de live com empresário foi alterado.

É #FAKE imagem que mostra Mark Zuckerberg com novo visual, barbudo

Áudios que viralizaram nas redes sociais afirmaram que homem fantasiado de garçom aplicou golpe em clientes na zona norte da cidade.

É #FAKE que falso garçom deu golpe em clientes de pagode do Rio - Programa: G1 Fato ou Fake

Áudios que viralizaram nas redes sociais afirmaram que homem fantasiado de garçom aplicou golpe em clientes na zona norte da cidade.

É #FAKE que falso garçom deu golpe em clientes de pagode do Rio - Programa: G1 Fato ou Fake

Publicação falsa mente ao falar em saque total do FGTS e oferece ao leitor link para chat que induz a golpe.

É #FAKE página que promete saque total do FGTS

Mulher foi vítima de um ataque a faca. Biólogo explica que ferimentos não são compatíveis com ataque de onça.

É #FAKE que mulher ferida mostrada em vídeo foi atacada por onça

Vídeo que circula nas redes sociais usa a imagem do médico e um áudio falso que indica o tratamento com a substância.

É #FAKE que Dráuzio Varella tenha indicado ozônio para tratar hemorroida

A imagem não é verdadeira. Trata-se de uma montagem.

É #FAKE que princesa Salma, da Jordânia, relatou em revista ter derrubado 6 drones iranianos

Vídeo é de palestra em fevereiro, durante abertura do ano letivo na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). Moraes deu um panorama aos estudantes sobre os ataques às democracias que grupos extremistas estão promovendo em vários países, inclusive no Brasil.

É #FAKE que Alexandre de Moraes defendeu 'corroer a democracia por dentro' em vídeo; ele se referia à extrema direita

Não há nenhuma evidência científica de que esses alimentos consigam aumentar o número de plaquetas e que tenham efeito terapêutico na dengue, diz especialista.

É #FAKE que suco de inhame, maçã, laranja e limão seja eficaz contra a dengue

O vídeo é uma peça publicitária de uma marca de roupas. A agência de publicidade responsável confirmou que o avião e a jaqueta foram criados digitalmente.

É #FAKE vídeo em que avião anda 'coberto' por jaqueta
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!