SÃO PAULO — Duas profissionais da área da saúde, uma médica e uma técnica de enfermagem, morreram na última sexta-feira, em São Paulo, com suspeita de terem contraído o novo coronavírus . Ainda não se sabe se houve a contaminação.
Uma das vítimas é uma médica da rede municipal de saúde, que estava internada no Hospital Sancta Maggiore, que pertence à Prevent Senior, rede que até o momento concentrou a maior parte das mortes na capital paulista. A outra vítima se trata de uma técnica de enfermagem do Laboratório Lavoisier. Ela estava hospitalizada em razão de sintomas gripais no Hospital Presidente.
O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, falou sobre o caso da médica na coletiva de imprensa na tarde deste sábado. Ele afirmou que a secretaria está investigando o caso.
— Nós temos um caso de uma médica nossa generalista. Nós estamos averiguando todos os dados. Ela é do sistema do município, ela tinha comorbidades, foi internada por volta do dia 23 (de fevereiro), no período do carnaval, para tratar dessas comorbidades e teria sido acometida por insuficiência pulmonar e respiratória no Hospital Sancta Maggiore — afirmou.
Esses óbitos não constam nas estatísticas oficiais da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que contabiliza 15 mortes no estado.
Infográfico : Os números do coronavírus no Brasil e no mundo
O Hospital Sancta Maggiore recebeu nesta semana uma visita da Vigilância Epidemiológica do município, que constatou diversas irregularidades, como a falta de notificação às autoridades públicas de saúde e parentes, além de isolamento inadequado.
— Verificamos vários problemas no fluxo hospitalar, de superlotação e falta de isolamento. A secretaria fez uma autuação, pedimos para que ela altere esse quadro — declarou Aparecido.
Siga no Twitter : Força-tarefa do GLOBO divulga as principais notícias, orientações e dicas de prevenção da doença
A empresa emitiu uma nota na qual diz que "a entrevista do secretário não condiz com a realidade". Segundo a companhia, ele não teria tido acesso ao prontuário e que os técnicos que inspecionaram o hospital não observaram um único documento que poderiam levá-los a chegar às conclusões de irregularidade.
"Não é verdade que há superlotação nas unidades hospitalares da rede Prevent Senior. A operadora destinou dois hospitais exclusivamente para os casos do coronavírus, evitando a circulação de pessoas em busca de atendimento médico em outros hospitais da rede", informou a empresa.