Parte do grupo de sem-teto que participava de uma manifestação na tarde desta segunda-feira (2) invadiu o prédio administrativo da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), na Rua Boa Vista, no Centro de São Paulo.
Sandra Moura, uma das integrantes do movimento dos sem-teto, informou ao G1 que a invasão ocorreu de forma pacífica e que não houve depredação do patrimônio. Até as 17h45, o grupo aguardava uma comissão da CDHU para negociar com os sem-teto. No horário, a Rua Boa Vista estava bloqueada para o tráfego pelos manifestantes.
"Nós tínhamos negociado que não haveria reintegração de posse do terreno no Jardim da União, mas recebemos nesta segunda-feira uma notificação de que temos que deixar o local até amanhã", disse. Ela ressaltou que os banheiros da sede administrativa foram fechados e o ar condicionado, desligado.
Depois da reunião, a CDHU, por meio de nota, informou que está "à disposição" para auxiliar o movimento "juntamente com a municipalidade, na viabilização de atendimento
habitacional para o grupo". "Atualmente, a Companhia e a Prefeitura procuram terreno para a construção do empreendimento, no âmbito dos programas de parceria", continua o comunicado.
Segundo a CDHU, a área ocupada está destinada à construção de 517 unidades habitacionais para atendimento à demanda do município de famílias de áreas de mananciais.
"A obra já está licitada e aguarda aprovação do projeto pela Prefeitura e pelo Graprohab para início", finalizou a nota.
Sandra Moura informou que as partes chegaram a um acordo e que a reintegração de posse foi suspensa por 180 dias. Por conta disso, os manifestantes deixaram o prédio do CDHU. A assessoria de imprensa da CDHU não foi localizada para confirmar a informação.
A manifestação, realizada por cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), teve início no início da tarde na Avenida Paulista, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O grupo protestava contra a reintegração de posse do terreno no Jardim da União, na região do Grajaú, Zona Sul da capital paulista, de acordo com a Polícia Militar. Cerca de 800 famílias ocupam a área desde outubro.